TEXTOS BÍBLICOS:
“Tomaram
eles, pois, a Jesus; e Ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar
chamado Calvário, Gólgota em hebraico, onde o crucificaram e com Ele outros
dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um título e o
colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS
JUDEUS. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora
crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.
Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, e sim
que Ele disse: Sou rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi escrevi. Os
soldados, pois, quando crucificaram Jesus tomaram-lhe as vestes e fizeram
quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A
túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois,
uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem
caberá – para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e
sobre a minha túnica lançaram sortes (Salmo 22:18). Assim, pois, o fizeram os
soldados. E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher
de Cléopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo
amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua
mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa. Depois, vendo Jesus
que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura (Salmo 69:21), disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de
vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo (arbusto), lha chegaram à boca. Está
consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. ” (João 19:17-30).
INTRODUÇÃO: Isaías
profetizou que como ovelha muda perante os seus tosquiadores Ele não abriu a
sua boca. Assim, vemo-lo silencioso diante dos inimigos que injustamente o
condenaram. Na cruz, porém, falou sete vezes. Três vezes enquanto houve luz a
respeito dos outros; à hora sexta houve trevas e um longo silêncio. As quatro
últimas palavras na última hora de trevas a respeito de si mesmo – três
palavras sacrificiais e uma palavra de conclusão. Analisemo-nas ligeiramente:
I - PAI, PERDOA-LHES PORQUE
NÃO SABEM O QUE FAZEM: (Lucas 23:34). Palavras de perdão.
a) A bondade infinita de Cristo – ensinou e
exemplificou. Mandou perdoar aos inimigos e na hora em que isto parecia difícil
o fez. É fácil talvez perdoar quando não estamos sofrendo; não, porém, naquela
hora tremenda.
b) Oração intercessória – Único Mediador. Revelou
o espírito de oração.
c) Perdão – Se Jesus pediu perdão para o maior dos
crimes é porque era possível tal perdão. Então, vós podeis também ser
perdoados.
d) ILUSTRAÇÃO: O caso de uma menina que intercedeu
pelo pai junto a Napoleão: “Não venho pedir justiça, mas perdão”.
e) O que teria sucedido se Jesus pedisse castigo?
II – EM VERDADE TE DIGO QUE
HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO: (Lucas 23:43). Palavra de Salvação.
a) Na primeira palavra, um perdão geral que se
oferecia a todos. Aqui se particulariza. Alguém, que também blasfemara, se
arrependeu e apropriou o perdão oferecido. Os outros não se salvaram. Jesus
intercedeu, mas eles não se arrependeram nem creram.
b) Revela Divindade. Os poderes do mundo estavam
coligados contra Ele: poder religioso – sinédrio (corte suprema judia);
poder político – Pilatos; poder popular – a multidão; poderes infernais. Mas,
quando parecia vencido, mostra-se vitorioso, salva um miserável pecador.
c) Análise das palavras – “HOJE ESTARÁS COMIGO NO
PARAÍSO” – Só Deus podia fazer tal promessa. Salvação imediata, incondicional,
atual, gratuita, segura.
d) Contentou-se em levar para o céu, como
primícias de sua obra, no dia do sacrifício, a um ladrão.
III – MULHER, EIS AÍ TEU
FILHO; EIS AÍ TUA MÃE: (João 19:26-27). Palavra de amor e cuidado.
a) As outras dores, foi acrescentada esta – a de
contemplar sua mãe a sofrer. Se qualquer de nós teria sentido, quanto mais Ele
que podia ler o coração. Cumpriu-se, naquela hora, a profecia de Simeão:
“Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está
destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para
ser alvo de contradição. (também uma espada traspassará a tua própria alma),
para que se manifestem os pensamentos de muitos corações” (Lucas 2:34-35).
b) Esqueceu-se de suas próprias dores para pensar
na dos outros. Amou os seus até o fim.
c) Na primeira palavra, uma súplica para todos; na
segunda, se dirige a alguém que já aproveitou essa vantagem; na terceira,
mostra como cuida de quem lhe pertence. O perdão é oferecido a todos; alguns o
recebem e, destes, Ele toma cuidado. (Cessou a relação Filho e Mãe?).
IV – DEUS MEU, DEUS MEU, POR QUE ME
DESAMPARASTE?: (Marcos 15:34). Palavra de expiação. Deus o desamparou para
receber-nos.
V – TENHO SEDE!: (João
19:28). Palavra de sofrimento.
a) O autor dos mares, rios, fontes e chuvas,
disse: “Tenho sede”.
b) Ofereceu água à samaritana e a todos; mas Ele
mesmo teve sede. Os inimigos disseram uma verdade: “Salvou aos outros, a si
mesmo não se pode salvar”. No inferno, os condenados hão de ter sede, e Ele era
um condenado.
VI – ESTÁ CONSUMADO!:
(João 19:30). Palavra de triunfo. A maldade humana, a bondade divina, o
sacrifício, a salvação, as profecias.
VII – PAI, NAS TUAS MÃOS
ENTREGO O MEU ESPÍRITO!: (Lucas 23:46). Palavra de união e imortalidade.
Que possamos dizer esta última palavra ao passarmos para o além.
CONCLUSÃO:
1ª – Palavra de Perdão;
2ª – Palavra de Salvação;
3ª – Palavra de Amor e Cuidado;
4ª – Palavra de Expiação;
5ª – Palavra de Sofrimento;
6ª – Palavra de Triunfo;
7ª – Palavra de União e Imortalidade.
OBSERVAÇÃO: Sermão
preparado em 1960.
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