LEITURA BÍBLICA:
“E obrigaram a Simão
Cirineu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a
carregar-lhe a cruz. E levaram Jesus para o Gólgota, que quer dizer Lugar da
Caveira. Deram-lhe a beber vinho com mirra (planta com cheiro agradável
e gosto amargo, usada como perfume e medicinal); Ele, porém, não tomou. Então,
o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para
ver o que levaria cada um. Era a hora terceira (entre nove e doze horas)
quando o crucificaram. E, por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação: O REI
DOS JUDEUS. Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua
esquerda. [e cumpriu-se a escritura que diz: Com malfeitores foi contado
(Isaías 53:12)]. Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça e
dizendo: Ah! Tu que destróis o santuário e, em três dias, o reedificas!
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz! De igual modo, os principais sacerdotes
com os escribas, escarnecendo, entre si diziam: Salvou os outros, a si mesmo não
pode salvar-se; desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos
e creiamos. Também, os que com Ele foram crucificados o insultavam. Chegada a hora
sexta (entre meio-dia e três horas da tarde), houve trevas sobre toda a
terra até a hora nona (entre três e seis horas da tarde). À hora nona,
clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste? Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto,
diziam: Vede, chama por Elias. E um deles correu a embeber uma esponja em
vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai,
vejamos se Elias vem tirá-lo. Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. E o
véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. O centurião
(comandante militar romano que chefiava cem soldados) que estava em frente
dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho
de Deus. Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas,
Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé; as quais,
quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam; e, além destas,
muitas outras que haviam subido com Ele para Jerusalém” (Marcos 15:21-41).
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha
salvação as palavras de meu bramido? Deus meu, clamo de dia, e não me
respondes; também de noite, porém não tenho sossego. Contudo, Tu és santo,
entronizado entre os louvores de Israel. Nossos pais confiaram em Ti;
confiaram, e os livraste. A Ti clamaram e se livraram; confiaram em Ti e não
foram confundidos. Mas eu sou verme e não homem; opróbrio (vergonha) dos
homens e desprezado do povo. Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os
lábios e maneiam a cabeça: Confiou no Senhor! Livre-o Ele; salve-o, pois nele
tem prazer. Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu
ainda ao seio de minha mãe. A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o
ventre de minha mãe, tu és meu Deus. Não te distancies de mim, porque a tribulação
está próxima, e não há quem me acuda. Muitos touros me cercam, fortes touros de
Basã me rodeiam. Contra mim abrem a boca, como faz o leão que despedaça e ruge.
Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração
fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco
de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da
morte. Cães me cercam; uma súcia (bando) de malfeitores me rodeia;
traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me
estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a
minha túnica deitam sortes. Tu, porém, Senhor, não te afastes de mim; força
minha, apressa-te em socorrer-me. Livra a minha alma da espada, e, das presas
do cão, a minha vida. Salva-me das fauces (boca, garganta) do leão e dos
chifres dos búfalos; sim, tu me respondes. A meus irmãos declararei o teu nome;
cantar-te-ei louvores no meio da congregação; vós que temeis o Senhor,
louvai-o; glorificai-o vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós
todos, posteridade de Israel. Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito,
nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro. De ti vem
o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na presença dos que
o temem. Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o
buscam. Viva para sempre o vosso coração. Lembrar-se-ão do Senhor e a ele se
converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias
das nações. Pois do Senhor é o reino, é ele quem governa as nações. Todos os
opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se
prostrarão perante ele, até aquele que não pode preservar a própria vida. A
posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura. Hão de vir
anunciar a justiça dele; ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o
fez” (Salmo 22).
INTRODUÇÃO: Paulo não
se propôs saber outra coisa senão Cristo crucificado, apesar de tantos
conhecimentos; não se gloriava, a não ser na cruz de Cristo, se bem que tivesse
tantos outros motivos para se gloriar – hebreu, fariseu, sábio, piedoso,
apóstolo, visões, etc. A cruz, porém, era tudo para ele. Cristo nasceu para
morrer, ao passo que os demais nascem para viver; quando os outros morrem, tudo
termina para eles; tudo, porém, começou para Jesus quando Ele morreu. “Tal como
o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos” (Mateus 20:28); “Replicou-lhe, pois, a multidão:
Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre, e como dizes tu ser
necessário que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem?”
(João 12:34); “E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”
(João 12:32). Consideremos alguns fatos que a cruz nos proclama:
I – A MAIS TRISTE
MANIFESTAÇÃO DA MALDADE HUMANA: Submeteram à maior vergonha e sofrimento o
único homem perfeito, o seu maior amigo, que somente benefícios fez, o Messias
deles, seu Rei que chorou sobre Jerusalém e sobretudo, seu Senhor, Deus e
Criador. “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais,
glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos,
quando este havia decidido soltá-lo. Vós, porém, negastes o Santo e o Justo e
pedistes que vos concedessem um homicida. Dessarte, mataste o Autor da vida, a
quem deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas” (Atos
3:13-15).
II – A MAIS ELOQUENTE
PROVA DO AMOR DIVINO: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para o que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (João 3:16). “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas
as coisas?” (Romanos 8:32).
III – A MAIS TERRÍVEL
REVELAÇÃO DA JUSTIÇA DIVINA: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho...”
(Romanos 8:32a). O Getsemani, o abandono da cruz. “Porque, se em lenho verde
fazem isto, que será no lenho seco?” (Lucas 23:31).
IV – A MAIS BELA
DEMONSTRAÇÃO DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA: A morte de Cristo cumpre as
profecias. “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu
pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (I Coríntios 15:3-4). “Mas Ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos trás a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados” (Isaías 53:5). “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença; estando Ele
à minha direita, não serei abalado. Pois não deixarás a minha alma na morte,
nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.” (Salmo 16:8,10). “Depois de
dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante
dele” (Oséias 6:2).
a) “Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre”
(Salmo 69:21); “Deram-lhe a beber vinho com fel; mas Ele, provando-o, não o
quis beber” (Mateus 27:34); e “Depois, vendo Jesus que tudo já estava
consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso
cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de
hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está
consumado! E, inclinado a cabeça, rendeu o espírito” (João 19:28-30).
b) “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos
repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado
com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu” (Isaías 53:12); e “Quando chegaram ao lugar chamado
Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à
esquerda. Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes” (Lucas 23:33-34).
c) “Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam
sortes” (Salmo 22:18); e “Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas
vestes, tirando a sorte” Mateus 27:35).
d) “Confiou no Senhor! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer” (Salmo
22:8); e “Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel!
Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se
de fato lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus” (Mateus 27:42-43).
e) “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de
minha salvação as palavras de meu bramido?” (Salmo 22:1); e “Por volta da hora
nona. Clamou Jesus em alta voz: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer:
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46).
f) “Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da
verdade” (Salmo 31:5); e “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.” (Lucas 23:46).
g) “O cordeiro há de ser comido numa só casa; da sua carne não levareis
fora da casa, nem lhe quebrareis osso nenhum” (Êxodo 12:46; e “E isto aconteceu
para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado” (João 19:36).
h) “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o
espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram;
pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se
chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12:10); e “E outra vez diz a Escritura:
Eles verão aquele a quem traspassaram” (João 19:37).
i) “Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na
sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca”
(Isaías 53:9); e “Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus,
ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos que lhe
permitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos lho permitiu. Então, foi José de
Arimatéia e retirou o corpo de Jesus. E também Nicodemos, aquele que
anteriormente viera ter com Jesus à
noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés.
Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com os aromas, como é
de uso entre os judeus na preparação para o sepulcro. No lugar onde Jesus fora
crucificado, havia um jardim, e neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha
sido ainda posto. Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar
perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus” (João 19:38-39).
j) Salmo 22: Ossos desconjuntados (versículo 14); suor profuso (versículo
14); efeito sobre a ação do coração, morrendo de coração quebrantado pelo alto
brado, falecido tão depressa, o sangue, a água (versículo 14, e Salmo
69:20-21); perda de forças e grande sede (versículo 15); as mãos e os pés
traspassados (versículo 16);
Os sofrimentos da cruz –
gênero de morte então desconhecido – acham-se descritos.
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