TEXTO BÍBLICO: “Ao cair
da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancada as portas da casa onde
estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e
disse-lhes: Paz seja convosco!” (João 20:19).
INTRODUÇÃO: Era
domingo, pois o texto diz “no primeiro dia da semana”; os discípulos estavam
reunidos; se reunidos, naturalmente a serviço de Deus; ali, portanto, estava
uma igreja; uma igreja com grandes homens, pois eram discípulos de Jesus; bem
intencionados; dispostos ao trabalho do Senhor, amando ao Senhor, buscando ao
Senhor. Isto e mais, talvez, não duvidamos; mas o texto sagrado diz com uma
nota de pesar: TRANCADAS AS PORTAS DA CASA ONDE ESTAVAM...; e mais: COM MEDO
DOS JUDEUS...
I – A IGREJA DE PORTAS FECHADAS:
É a igreja onde JESUS ESTÁ AUSENTE. E, quando Jesus não está, nada mais que
essa igreja venha ou possa fazer, terá qualquer valor. É uma igreja morta,
apesar de como se diz em Apocalipse 3:1b: “...Conheço as tuas obras, que TENS
NOME DE QUE VIVES e estás morto”. Aparência de vida, mas sem vida,
porque Jesus não está presente; aparência de trabalho, mas nenhum
trabalho real, pois Jesus não está presente; muito esforço, às vezes,
como os apóstolos fizeram nos remos ao atravessarem o Mar da Galileia, mas sem
proveito, porque Jesus estava ausente; muitos planos, muitos
programas, melhores programas; muita gente aceita a Cristo
nos apelos, mas não permanecem no Senhor; continuam membros da igreja, mas
estão no mundo; vivem numa terrível derrota; nenhuma vida cristã; testemunho
apagado; os mesmos vícios de antes; o ministério se aflige com este estado de
coisas, se angustia; muita desculpa, muita evasiva, mas a causa real não vem a
ser mais isto e nem mais aquilo... a causa real é que JESUS ESTÁ AUSENTE.
II – É UMA IGREJA SURDA:
É indiferente ao drama aflitivo que as almas sem Cristo vivem; é uma
igreja que não ouve a voz do Senhor dizer com disse a Isaías: “A quem
enviarei ou e quem irá por nós?”. É a igreja que não ouve o brado
macedônico que Paulo, outrora, ouviu: “Passa a Macedônia, e ajuda-nos!” É a
igreja que não tem ouvidos para ouvir o clamor de um povo massacrado
pelos vícios, de uma gente desesperada e escrava da idolatria, ignorante e
grandemente necessitada.
III – É A IGREJA CEGA: Igreja
sem visão. Seu alvo está colocado muito abaixo. Não tem olhos para ver a
imensidão da seara, e quão pouco são os ceifeiros; não levanta os seus olhos
para contemplar OS CAMPOS BRANCOS PARA A CEIFA. Estando de portas fechadas, não
consegue ver além das suas paredes; para tal igreja tudo se confina ali.
Contempla apenas os seus problemas, as suas necessidades. E por não ter visão
divina das realidades dos fatos desta vida, essa igreja definha, murcha e acaba
perecendo.
IV – É UMA IGREJA
DESOBEDIENTE: Jesus deu ordens claras, diretas e precisas a respeito de
missões. Em Mateus 28:19, por exemplo, o Mestre ordenou: “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo.” A igreja de portas fechadas limita-se ao seu pequeno espaço e
nunca pensa nos outros. Não serve; não evangeliza; não obedece
ao Senhor Jesus. É também ordem de Jesus: “Mas recebereis poder, ao descer
sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como
em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8). Mas como
percorrerá as ruas de Jerusalém, ou como irá até a Judeia, Samaria e até os
confins da terra, se permanecem com as portas fechadas? É uma igreja
desobediente, fadada à morte.
V – É UMA IGREJA IRRESPONSÁVEL:
É uma igreja que não sente a responsabilidade de orar pelos perdidos; que não
semeia a Palavra; que não contribui para a extensão do Reino. É uma igreja que
se vai fechando nos círculos acanhados das suas necessidades, sem vida, sem
amor; igreja que definha e morre. É uma igreja que faz exatamente o contrário
de Paulo, que dizia: “Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros [povos
que não faziam parte o Império Romano], tanto a sábios como a ignorantes; por
isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós
outros, em Roma” (Romanos 1:14-15). E, também, escrevendo aos Coríntios, disse:
“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa
obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (I Coríntios 9:16).
CONCLUSÃO: Prezado irmão, pensa um pouco na tua vida cristã, na vida da nossa
igreja. Nossa igreja será grande ou pequena em número de membros ou em sua
beleza arquitetônica? Está com suas portas abertas ou fechadas? Responda
seriamente diante do Senhor.
OBSERVAÇÃO: Sermão da
década 60, quando o Rev David Falcão era Pastor da Igreja Presbiteriana de
Areias - Recife-PE.
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