Marcos 8:34-38
I – VOLUNTARIEDADE
“E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim...” (Marcos:8:34)
II – RENÚNCIA
“...negue-se a si mesmo...” (Marcos:8:34)
III – SACRIFÍCIO
“...e tome a sua cruz...” (Marcos:8:34)
ILUSTRAÇÃO – Os 40 do Imperador (Na época em que a paixão dominante do imperador romano Nero era exterminar os cristãos, vivia e o servia, em Roma, uma tropa de soldados conhecidos como "Lutadores pelo Imperador".
Eram homens excelentes e corajosos, escolhidos entre os melhores e mais bravos da terra, e recrutados entre os grandes atletas do anfiteatro romano.
No grande anfiteatro eles erguiam as armas [como a equipe oficial representativa] do imperador contra todos os desafiadores. Antes de cada competição eles se punham de pé, ao lado do trono do imperador. Em seguida, pelas cortes de Roma, soava o grito: “Nós, lutadores por ti, ó Imperador, para ganhar para ti a vitória e de ti a coroa de vencedor”.
Quando o grande exército romano foi enviado a lutar na distante Gália, nenhum soldado foi mais bravo ou mais leal do que os dessa tropa de lutadores conduzida pelo centurião Vespasiano. Entretanto, chegaram a Nero notícias de que muitos soldados haviam aceitado a fé cristã. Ser cristão significava morrer, mesmo para os que melhor serviam Nero. Portanto, este decreto foi despachado expressamente para o centurião Vespasiano: “Se houver qualquer um dos teus soldados que tenha aderido à fé cristã, esse deve morrer”.
O decreto chegou no final do inverno. Os soldados estavam acampados na praia de um lago de gelo, no interior. O inverno havia sido cruel, porém eles haviam suportado a dureza do mesmo, sempre unidos, e essa dureza havia servido para uni-los ainda mais. Foi com o coração aflito que Vespasiano, o centurião, leu a mensagem do Imperador. Contudo, para um soldado a palavra suprema é - o dever! Vespasiano convocou todos os soldados e fez a pergunta: “Há entre vós alguém que tenha aderido à fé cristã? Se é assim, que dê um passo à frente”. Quarenta lutadores imediatamente deram dois passos à frente, saudaram-no respeitosamente e ficaram em posição de sentido. Vespasiano fez uma pausa. Ele não havia contado com tantos e tão seletos. “O decreto veio do vosso Imperador”, disse ele, “que qualquer um que aderir à fé cristã deve morrer. Por amor ao vosso país, a vossos camaradas e aos vossos entes queridos, renunciai à fé cristã”. Nenhum dos quarenta se moveu. Vespasiano, então, falou: “Até o anoitecer estarei aguardando uma resposta”. A noite chegou. Novamente ele fez a mesma pergunta: “Há entre vós alguém que tenha aderido à fé cristã. Se é assim, que dê um passo à frente”. Novamente os quarenta lutadores vieram à frente e ficaram em posição de sentido.
Vespasiano argumentou com eles, longa e energicamente, sem conseguir, porém, que um só deles renegasse o seu Senhor. Finalmente ele disse: “O decreto do Imperador tem que ser obedecido, mas não quero que vocês, meus camaradas, derramem o sangue um do outro. Vou ordenar-lhes que marchem para dentro do lago de gelo e lá permaneçam à mercê dos elementos. Contudo, o calor do fogo estará pronto a dar as boas vindas a qualquer um que renunciar a Cristo”.
Os quarenta lutadores despiram-se e, em seguida, sem pronunciar palavra alguma, enfileiraram-se em colunas de quatro e marcharam para o centro do lago de gelo. À medida em que marchavam, iam cantando a canção da arena: “Quarenta lutadores por Ti, ó Cristo, para vencer por Ti e de Ti receber a coroa de vencedor”. No decorrer da longa vigília daquela noite, Vespasiano permaneceu de pé no acampamento, em observação. Enquanto esperava, naquela longa noite insone, a canção dos lutadores ia chegando cada vez mais fraca aos seus ouvidos. Quando já ia amanhecendo, um vulto vencido pelo sofrimento se arrastou até o fogo. No ápice do sofrimento, havia renunciado ao seu Senhor. Fraca, mas claramente, vinha agora da escuridão a canção: “Trinta e nove lutadores por Ti, ó Cristo, para vencer por Ti e de Ti receber a coroa de vencedor”. Vespasiano contemplou o vulto que se achegava ao fogo e, então, de dentro do seu íntimo brotou uma canção de fé. Talvez ele tenha visto a luz eterna brilhando, bem no centro do lago. Quem pode garantir? Então, ele retirou o seu elmo, suas vestes, e disparou sobre o lago de gelo, cantando os plenos pulmões: “Quarenta lutadores por Ti, ó Cristo, para vencer por Ti e de Ti receber a coroa de vencedor”.)
IV – OBEDIÊNCIA
“...e siga-me.” (Marcos:8:34)
V – PERSEVERANÇA
“Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando as fábulas.” (II Timóteo 4:1-5)
OBSERVAÇÃO: Sermão pregado em Crisciúma(Lajinha/MG), no dia 27/01/1955; em Mutumzinho (Lajinha/MG), no dia 23/01/1955; e, em Lajinha/MG, no dia 02/02/1955.